O Airbnb é uma plataforma de aluguel de acomodações ao redor do mundo. Presente em 190 países e em mais de 34 mil cidades, conta atualmente com mais de 2 milhões de acomodações e acumula 60 milhões de hóspedes, em números que aumentam todos os meses. É possível ofertar ou procurar desde apartamentos por uma noite, castelos por uma semana ou um condomínios por um mês, com preços e opções para quase todos os bolsos e gostos. O Airbnb tem regras rígidas de funcionamento e um serviço de atendimento ao consumidor de nível internacional.
Nesse artigo apresentamos 14 dicas para ajudar você a saber em que situações o serviço é vantajoso, a escolher propriedades adequadas às suas expectativas e a economizar.
O Airbnb existe desde 2008 e vem ajudando muitos viajantes a economizar, por se tratar de uma opção, no geral, mais barata que os hotéis. Apesar de existirem acomodações e experiências exclusivas, como por exemplo casas barco, chalés de montanha, casas de árvore ou até mesmo carruagens ciganas, esse artigo tem como foco ajudar você a tirar maior proveito do seu rico e suado dinheirinho. Confira as dicas:
1. Os comentários são uma mina de ouro
No geral os anúncios descrevem bem as hospedagens, as condições e as regras gerais do imóvel que você está interessado. A grande maioria dos anúncios é ricamente ilustrada com fotos muitas vezes produzidas por fotógrafos profissionais (mimo oferecido pelo próprio Airbnb aos proprietários). Mas há algo que não podemos esquecer: esses anúncios são escritos por pessoas que estão interessadas em ter você como hóspede, e em alguns casos, alguns “detalhes” importantes podem não receber o merecido destaque. Como exemplo dessa situação, posso citar que muitos prédios em Paris não possuem elevador e muitos apartamentos para locação no site ficam no 5º ou 6º andar (as vezes até mais alto) e subir escadas estreitas com malas pesadas pode ser uma péssima ideia. Digo isso por experiência própria. No meu caso até fui informado, apenas não dei muita importância e acabei sofrendo as consequências. O que eu quero dizer é que ninguém melhor que os próprios hóspedes para revelar a verdade sobre os anúncios. É muito comum os viajantes fornecerem detalhes importantes sobre a hospedagem, muitas vezes detalhes positivos para os quais o anfitrião não deu muita importância. Certamente esta é a principal fonte de informações sobre arredores e, principalmente, sobre o próprio anfitrião. Relatos positivos são a grande maioria, mas avalie com cuidado os comentários negativos, pois muitas vezes hóspedes tem expectativas irreais, muito pelo fato de não pesquisarem adequadamente sobre o local ou por não entenderem bem o “espírito da coisa” e acabam se frustrando.
Minha dica é procurar hospedagens com pelo menos 4 avaliações. Menos que isso pode não ser relevante.Considere os aspectos que são mais importantes para você. Em caso de reiteradas avaliações negativas, caia fora.
2. Os Anfitriões fazem toda a diferença
Um dos maiores diferenciais do esquema Bed’n Breakfast é a oportunidade de fazer contato com um habitante local no seu destino. Já aconteceu comigo de ter passado uma semana inteira em uma cidade e no último dia eu me dar conta que eu não tinha conhecido ninguém pelo nome. Ok, talvez eu seja um pouco mais antissocial que a média mundial, mas ter alguém aguardando sua chegada e que possa falar um pouco sobre a cidade é um diferencial e tanto. Já carrego uma experiência considerável nesse modelo de hospedagem e sempre fico satisfeito com a atenção que recebo. Tudo bem que meu nível de exigência em relação à atenção dos anfitriões é baixo, mas os relatos mais uma vez vão ser fundamentais para saber que tipo de recepção você terá. Já fui recebido no aeroporto e gentilmente conduzido até o apartamento pelo próprio anfitrião e também já peguei a chave em um cofre com cadeado de senha, mas na grande maioria dos casos fui recebido pelos proprietários no próprio imóvel. E mesmo nos casos em que fui recebido por vizinhos, colegas, parentes, amigos, etc. sempre foi fácil fazer contato com o anfitrião. O aplicativo do Airbnb para smartphones possui uma excelente ferramenta de comunicação. Inclusive é super recomendado que toda sua comunicação fique registrada lá, para casos em que algum problema precise ser mediado pelo site. Procure adicionar seu anfitrião no Whatsapp ou Viber antes de sua viagem, pois facilitará muito o contato.
3. Localização + Sofisticação = Preço Final
As opções de hospedagem no Airbnb passam por dormitórios coletivos de baixíssimo custo, até imensos palácios do século XVI, que provavelmente consumiriam anos de trabalho de um pobre assalariado (como eu) para pagar uma mísera diária. Lógico que a vocação do site é para hospedagem estilo Bed and Breakfast, mas isso não é tudo. Existem 3 tipos de habitações: (a) Quartos compartilhados; (b) Quartos inteiros e (c) casa/apartamento inteiro. Meu espírito aventureiro e minha condição social (casado) nunca me permitiu experimentar a opção (a), que é a mais barata. Já recorri à opção (b) em algumas ocasiões. Mas meu foco principal é mesmo a opção (c), que para meu azar é a mais cara. Mesmo com todas as implicações de não haver um front desk para resolver seus problemas, alugar um espaço inteiro é a garantia de privacidade, conforto e certamente a opção que mais se aproxima de uma hospedagem tradicional. Por outro lado, a localização é até mais importante que o tipo de habitação, e definir o bairro onde ficar pode ser uma decisão complexa e certamente crítica para sua viagem. Lembre-se de sempre avaliar as opções de transportes das redondezas. Outros elementos trazem conforto extra e praticidade, como por exemplo: Hidromassagem, edifícios modernos, vaga de garagem, piscina, mobiliário sofisticado, recepção 24 horas, entre muitos outros serviços adicionais que podem ser muito importante para uns ou nem um pouco para outros. Importantes ou não, esses diferenciais definitivamente terão reflexo no preço final. Um apartamento espaçoso e descolado no Centro de Milão nunca será barato. Em bairros mais afastados do Centro certamente se encontram opções confortáveis e espaçosas com preços muito mais atraentes. Neste caso, se ficar em uma localização privilegiada não é negociável, talvez o aluguel de um quarto privativo ou compartilhado seja a única opção. Coloque suas prioridades na balança e faça sua escolha.
4. O preço final é o que importa
Não se impressione com o valor que aparece no mapa ou na tela de pesquisa. Este preço é apenas uma referência de comparação e pode variar radicalmente de acordo com o número de pessoas na sua reserva e das datas da sua viagem. Por isso é muito importante que na sua busca informe as datas de entrada e saída e quantas pessoas estarão contigo durante a estadia. Ao fazer isso o site automaticamente omite as habitações que não possuem disponibilidade para o período desejado. Caso tenha flexibilidade não informe as datas e utilize o calendário de cada anúncio para visualizar a disponibilidade da hospedagem e veja se são adequadas. Além das diárias alguns proprietários estabelecem uma taxa de limpeza e sempre é adicionada a comissão do Airbnb ao final da compra. Então o que importa é o valor que aparece dentro do anúncio, depois de informada suas datas. Recomendo que se informe exatamente o número de pessoas no seu grupo. Deixar de contabilizar algum hóspede é considerado grave pelas regras de uso do portal.
5. Use e abuse dos filtros
Os filtros ficam sempre visíveis. Isso não é atoa. Você não tem como escolher entre 500 anúncios, então reduza a visualização do mapa a uma região menor da cidade, restrinja o preço máximo e mínimo e o tipo de acomodação (casa inteira, quarto inteiro ou quarto compartilhado). Conforme você ajusta seus critérios, a relação de anúncios vai sendo atualizada para refletir suas preferências. Quando estiver sendo exibido algo em torno de 20 ou 30 anúncios, comece a explorá-los. Se restarem poucos anúncios ou estes não lhe agradem, volte aos filtros e altere alguma coisa. Lembre-se que só são mostrados os anúncios referentes à região do mapa que estiver sendo exibida naquele momento. E por que isso tudo? Caso você deixe os filtros em aberto, será o Airbnb que escolherá quais anúncios você vai ver, e certamente, não serão os mais adequados ou econômicos para você.
6. Use o Google Maps
A ferramenta de mapa do Airbnb é ótima, mas é no Google Maps que a sua viagem começa. Após escolher um candidato utilize a função Street View para vasculhar a vizinhança. Já mudei de ideia várias vezes após um rápido passeio virtual pelas redondezas. Tente se imaginar naquela localidade à noite com pouco movimento na rua. Você se sentiria seguro? Procure também atrações próximas, simule seus trajetos nas localidades, se você vai utilizar carro, familiarize-se com as estradas próximas. Se o preço das hospedagens na região que você escolheu está aquém de suas possibilidades, é possível fazer o contrário. Identifique uma hospedagem mais acessível e identifique sua localização aproximada no próprio anúncio. A partir desta localização faça um rápido tour virtual pelas redondezas. Tudo isso te dará confiança e segurança, além de ser uma excelente maneira de começar a curtir sua viagem, antes mesmo de arrumar as malas.
7. Faça uma lista do quê você precisa e tire todas as suas dúvidas
Caso pretenda cozinhar, certifique-se que irá encontrar todos os utensílios necessários. Caso seja muito friorento(a) verifique se existe aquecimento central. Caso tenha problemas de locomoção, pergunte se o local é acessível. Leia o anúncio atentamente, verifique tudo que estará disponível e caso sinta falta de algo pergunte. Não presuma nada. Eu sempre pergunto se serão fornecidos lençóis e toalhas limpos. Pode parecer uma pergunta boba, mas já me responderam que não. Já presumi que haveriam travesseiros e me dei mal. Por mais óbvio que possa parecer sua pergunta não guarde ela para você. Se tiver alguma dúvida sobre qualquer coisa, pergunte ao anfitrião, mesmo que não seja algo relacionado ao local. O papel do anfitrião é fazer com que se sinta seguro e tenha uma boa experiência e normalmente eles irão lhe dar toda a atenção. Só não espere um guia de turismo ou uma babá para seus filhos, pois isso não faz parte do pacote.
Eu recomendo que sempre se entre em contato com o anfitrião, antes de fechar a estadia, pois também é uma forma de se avaliar a sua disponibilidade/presteza. A demora para responder as mensagens já é por si só um mal sinal. Se não for algo isolado eu prefiro procurar outro local. A grande maioria responde muito rápido.
8. Garanta que poderá falar com o anfitrião no dia de sua chegada
Aventurar-se pelo mundo é uma delícia, mas passar perrengue é opcional. Lembre-se que você chegará a uma cidade desconhecida, talvez seja difícil pedir informações, talvez fique perdido. Leve sempre o endereço do seu anfitrião impresso em um papel, assim como alguns telefones de contato. O ideal é que tenha um celular ativo já no momento da chegada. Não vá gastar a bateria todo com aquele joguinho ótimo para passar o tempo durante o vôo. Guarde seu celular desligado e com pelo menos 30% de bateria. Em alguns grandes aeroportos é possível comprar chips pré-pagos para seu celular. Uma coisa que aprendi é que em Dubai ou em Mumbai, wi-fi grátis de aeroporto nunca funciona, portanto não conte com redes wi-fi públicas. Procure adicionar seu anfitrião no Whatsapp ou Viber antes de sua viagem, pois facilitará muito o contato.
9. Antecipe-se
Existem algumas cidades extremamente disputadas, onde conseguir uma reserva de última hora é praticamente impossível. O preço não varia de acordo com a antecedência da sua compra, mas dependendo do destino, as opções mais em conta podem se esgotar com bastante antecedência. Portanto tenha cuidado com as políticas de cancelamento mas não deixe para última hora, pois pode ser tarde demais.
10. Não pule de galho em galho
O processo de check in com o Airbnb é, em geral, mais complexo que em um hotel ou hostel. Na verdade esta é uma das maiores desvantagens de hospedagens desse tipo. Será necessária uma marcação de horário prévia, pois na maioria dos casos, não há uma pessoa a disposição no local o tempo todo. Para evitar que tenha que esperar pelo anfitrião, costumo informar que vou chegar uma hora antes da minha estimativa real. Afinal, se alguém tem que esperar, que seja a pessoa que receberá ($$$) por isso. Mas já aconteceu de calcular mal e chegar bem mais cedo do que o previsto. Então em alguns casos você terá que esperar mesmo. Assim sendo, não recomendo estadias muito curtinhas, pois todo este processo fatalmente consumirá tempo da sua viagem. Considero que três noites é o mínimo. Claro que pode haver exceções, mas para aquelas 24 horas que você vai ficar em Paris antes do seu próximo voo, ou para uma passadinha rápida em Lisboa o mais recomendado é um hotel próximo ao aeroporto ou estação de trem ou ainda um hostel bacana. É possível fazer viagens sequenciadas, com várias paradas intermediárias, utilizando-se fartamente do Airbnb, mas tenha cuidando para que estas chegadas e partidas não transformassem sua viagem em uma grande corrida com obstáculos. Acabo de chegar de uma viagem pelo Norte da Itália. Na Itália queria visitar Veneza, Pádua, Vicenza e Verona, todas na Região do Vêneto. Optei por ficar em Pádua, que além de mais barata era a cidade mais central em relação às demais. Neste caso a estratégia de bate-volta funciona muito bem. É importante destacar que muitos anúncios exigem uma estadia mínima de 2 ou 3 noites.
11. Aproveite a opção de parcelamento
Algo que me incomodava muito era a obrigatoriedade de pagamento a vista. Recentemente o portal inclui a opção de parcelamento. Apesar de serem apenas 3 parcelinhas, nesses tempos de Dólar/Euro/estaleca caros, qualquer alívio é bem vindo.
12. O Airbnb nem sempre é a melhor opção
Existem cidades com milhares de anúncios, outras com pouquíssimas opções. Na maioria das vezes você encontra algo que lhe agrade, mas em outras não. Em recente visita a Amsterdã, deixei para reservar minha hospedagem em cima da hora (erro de principiante) e não encontrei nada que prestasse no Airbnb que ficasse dentro do meu orçamento. Lembre-se que existem outras opções como por exemplo Priceline e Hotwire, além dos tradicionais Booking, Hoteis.com etc….
13. Leia as condições de cancelamento
Sabemos que às vezes as coisas não vão como imaginamos e nossos planos precisam mudar. A regra de cancelamento é definida pelos próprios anunciantes, de acordo com regras pré-definidas pelo Airbnb. Existem anunciantes que são mais flexíveis e permitem cancelamento sem multa até 1 dia antes do check in. A política de cancelamento moderada determina reembolso de 50% do valor pago, caso o cancelamento ocorra com menos de 5 dias para a chegada. A política de cancelamento rigorosa prevê que cancelamentos realizados com menos de uma semana não serão reembolsadas. As taxas de limpeza serão sempre reembolsadas em caso de cancelamento, mas atenção, a taxa do Airbnb não é reembolsável. Eu recomendo que só feche a compra após a emissão de suas passagens e que dê preferência pelos anúncios com política de cancelamento flexível, que infelizmente, são a minoria.
14. Reserva instantânea e reserva rejeitada
Os anúncios tradicionais do Airbnb exigem que o anfitrião aprove o seu pedido de reserva. Na verdade, assim que você entra em contato com o anfitrião informando as datas (mesmo que com uma pergunta qualquer) é possível para ele autorizar ou rejeitar a sua hospedagem. Já aconteceu comigo de ter meu pedido de reserva rejeitado, sem que o anfitrião tenha dado nenhuma explicação, provavelmente pela minha nacionalidade. Então não estranhe se isso acontecer com você. Alguns anunciantes por outro lado, cadastram seus anúncios na categoria reserva instantânea, sendo possível neste caso, contratar a reserva independente desta aprovação. Mas lembre-se da dica número 7 e não deixe de entrar em contato com o anfitrião antes de fechar o negócio.
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