Nós dos Despachados temos uma fascinação, quase uma fixação por pores do sol (expressão estranha, mas está correta. Conferi no Google). E quando estamos viajando procuramos nos informar para saber onde são os melhores points para assistir a este belo espetáculo. Em nossas pesquisas, encontramos vários artigos indicando lugares para assistir o por do sol em Lisboa, falando dos diversos mirantes da cidade, como o que fica no alto do arco da Rua Augusta e alguns outros locais alternativos, como bares na Cidade Alta e o Castelo de São Jorge. Não que a gente tenha avaliado todos eles, mas notamos que em todos esses pontos, que ficam na região central da cidade, o sol se põe voltado para a região de Belém, geralmente por trás de prédios e guindastes de algumas obras. Não que seja feio. São vistas maravilhosas. Conversando com uma moradora da cidade recebi a dica, que compartilho com vocês neste artigo.
Ao invés de assistir ao pôr do sol em Lisboa, atravesse o Rio e veja de Almada Velha. Leia nosso manual despachado:
A viagem se inicia na estação fluvial da Empresa Transtejo no Cais de Sodré. Para quem mora no Rio de Janeiro é tipo uma estação das Barcas da Praça XV, com a diferença que se chega a este local através de ônibus, metrô, elétrico (tipo de bonde) ou trem. Para chegar ao cais basta atravessar a estação ferroviária em direção ao Rio. Na estação você vai precisar de bilhetes para Cacilhas. Na época que fomos (Setembro de 2016) gastamos 5,80 Euros nas passagens de ida e volta com os dois cartões Viva, que você pode reutilizar nos outros meios de transporte da cidade. Se você já tiver os cartões recarregáveis economizará 2 euros. Se informe sobre tickets especiais diários e também sobre a tarifa exata e horários no site da Transtejo.
A travessia é rápida e você já terá uma perspectiva diferente da cidade, pois normalmente você está no continente olhando para o Rio e neste momento você estará no Rio observando o continente. Existem vários passeios de barco pelo Rio, mas considero que essa travessia já te dá essa perspectiva nova da cidade, por um preço muito menor.
Ao desembarcar na estação de Cacilhas, você vai se deparar com um pequeno largo. Do seu lado direito você verá o Restaurante e Marisqueria Farol. Siga pela ruazinha a sua direita. Em algum momento você vai sentir que está indo para o lugar errado, mas relaxa. A “orla” do Rio Tejo neste lado se resume basicamente a uma passagem de cimento entre o Rio e vários galpões abandonados. Apesar do aspecto abandonado, com um pouco de criatividade se consegue belíssimas fotos no local.
Seguindo até o final desse você encontrará dois restaurantes: O primeiro tem o pitoresco nome de “Atira-te ao rio” e fica um pouco recuado em relação ao cais de onde se tem vista e logo na sequência o “Ponto Final”, este sim muito bem localizado com suas mesas em um cais por sobre o Rio. Uma curiosidade sobre o Ponto Final: Os banheiros são ornados com quadros e outros adornos cheios de anedotas e gracejos. Se você precisar utilizá-lo vai ser impossível ignorar as piadas e no meu caso, fiquei um bom tempo as lendo, quando saí dei de cara com um aviso informando que o tempo máximo de permanência nos banheiros é de 5 minutos. (Ops. Foi mal aí!)
Nós chegamos por volta das 18h e o sol já se escondia por trás da ponte 25 de Abril e pensamos em pedir uma mesa no restaurante Ponto Final que encontrava-se totalmente vazio. Para nossa surpresa o garçom nos informou que as mesas estavam reservadas para o serviço de Jantar que só começaria em 1 hora. Ficamos com cara de tacho e ele sugeriu que pegássemos duas cadeiras e nos posicionássemos na passagem ao lado do Restaurante, mas que se quiséssemos beber ou consumir qualquer coisa precisaríamos utilizar o bar, pagando no balcão o consumo. Fizemos isso e foi neste bar que eu bebi o chopp mais barato de toda a viagem. Paguei 1,30 euros em um chopp bem gelado e bem gostoso. Apesar do inconveniente de precisar ir me servir no balcão valeu bem a pena. Algo que nos impressionou é como a água é cristalina no Rio Tejo e isso evidencia a presença de enormes cardumes, o que explica a presença de muitos pescadores na região.
Para completar a cena um enorme transatlântico zarpava de Lisboa naquele momento se deslocando lentamente rumo a foz do Rio Tejo. Nós podíamos escutar em alto e bom som uma canção de Tina Turner, completando nosso cenário com trilha sonora e tornando este momento ainda mais especial.
Ainda com dia claro seguimos pela beira do rio e tiramos mais algumas fotos em um Jardim chamado de Boca do Vento. Se o cais em frente ao Ponto Final era um cenário deslumbrante, faltaram adjetivos para definir a experiência neste lugar. Vários casais se reúnem neste local para contemplar aquele espetáculo maravilhoso. Nos juntamos a eles e ficamos mais alguns minutos sentados no gramado.
Neste pequeno parque destaca-se o enorme elevador (ascensor para eles) do Mirante (Miradouro para eles) Boca do Vento. É possível vê-lo de muito longe, do outro lado do rio inclusive. Nós poderíamos ter voltado andando pelo mesmo caminho, mas resolvemos subir o elevador (1 euro por pessoa) e fazer um caminho diferente. No alto do mirante existem outros bares e restaurantes, mas não estavam aberto naquele horário. Imagino que a noite a vista também seja bonita. Dali seguimos por ruelas pela parte alta da simpática cidade de Almada e, de ônibus, chegamos de volta a estação de Cacilhas. Ônibus aliás que conheci o simpático Sr. Alberto, motorista da linha 101, que no trajeto de 10 minutos me contou metade da vida dele.
E você! Conhece algum pôr do sol imperdível em Lisboa? Conta para a gente aí nos comentários.
Quer escrever sobre suas experiências na Internet? A hostinger.com.br tem boas opções de hospedagem de sites!
Foca na viagem, Ciao!
Comentários