Mito ou Verdade? 10 fatos sobre viagens e viajantes

Viajantes de todo o mundo, vez por outra se deparam com questões do tipo: “Mas você vai para tal lugar? Mas não é perigoso?”. Ou então algo do tipo “Viagem todo ano é coisa de rico”! Para desvendar e buscar fundamento para essas questões os Despachados discutiram o assunto e o resultado está (mais ou menos) compilado neste artigo.

Se quiser ouvir este papo acesse o episódio número 1 clicando aqui.

Mito #1 – Viajar é caro

Você pode comprar um carro popular para se locomover, mas também pode optar por um Mercedez Benz de meio milhão de reais. Ambos irão cumprir o principal objetivo que um carro pode ter: Te levar para cima e para baixo. Com viagens é a mesma coisa. Viajar pode ser algo tão barato, que seria acessível a praticamente qualquer pessoa. Ou então pode ser tão caro, que apenas um sheik árabe teria condições de bancar. Tem para todos os gostos e bolsos.
O que ocorre é que muita gente confunde viagem com luxo. Já imagina uma taça de champanhe na beira de uma piscina, ou em restaurantes com toalha de linho e nas cadeiras ultra reclináveis da classe executiva da Emirates. Mas essa realidade de sofisticação faz parte da rotina de muito poucas pessoas. Para os viajantes comuns, o mundo é muito diferente, mas nem por isso, menos interessante. Se você vive uma vida sem grandes luxos, não há motivo para fazer viagens cercadas de sofisticação, a menos que consiga bilhetes ou estadias prêmio.
É possível (e muitas vezes até necessário) deslocamentos em ônibus, refeições em estabelecimentos comerciais não muito glamurosos e pernoites em instalações não muito convidativas. Tudo isso sem abrir mão da sua dignidade. A palavra de ordem para quem realmente quer viver experiências bacanas e mas que vive com recursos limitados é planejamento. Com boa vontade, um pouco de espírito liberto e planejamento é possível para qualquer pessoa viajar para praticamente qualquer lugar. Conclusão: Mito

“Viajar pode ser caro, mas não precisa”. Gabby Kamache

Mito #2 – Viajar é perigoso

Os destinos de viagem mais conhecidos dependem muito do turismo e (por consequência) do turista. Então é natural que o turista seja bem recebido na grande maioria destes destinos. Mas não podemos fazer disso uma regra. Alguns destinos exigem cuidados do viajante, estando eles viajando sozinhos ou acompanhados. No Brasil mesmo temos vários exemplos de cidades com áreas de violência endêmicas. O Rio de Janeiro mesmo teve vários casos de turistas atacados por bandidos e alguns destes casos, tiveram final trágico. E, infelizmente, isso vêm acontecendo em vários outros estados do nosso país. Segundo o ranking da ONG Conselho Cidadão pela Seguridade Social Pública e Justiça Penal do México, publicado em janeiro de 2015, das 50 cidades mais violentas do mundo, 19 estão no Brasil. Veja com seus próprios olhos.
Mas isso não quer dizer que esses destinos são proibidos para os turistas. Longe disso. Estes índices de violência normalmente fazem mais vítimas nas áreas mais carentes dessas cidades. Episódios com desfecho trágico envolvendo turistas, não são tão frequentes quanto os noticiários fazem parecer. Conclusão: Mito, mas fica esperto

Em breve vamos lançar um post com dicas essenciais de segurança para viajantes destemidos

Mito #3 – Preciso saber inglês para viajar o mundo

Sim. Se você não quiser depender de guias ou intérpretes, somente o domínio da língua de Shakespeare pode te libertar. Isso significa que você está condenado aos limites da vastidão do território brasileiro? Claro que não! Isso pode ser um limitador, mas definitivamente não é uma sentença. Inclusive conhecemos histórias de pessoas que encaram numa boa as dificuldades de comunicação e se viram apenas na linguagem internacional dos sinais. Mas vamos combinar que é difícil pegar instruções de locomoção ou dicas de um restaurante bacana caso você não seja deficiente auditivo com domínio da linguagem de sinais. E por quê o inglês? Simples. Queira ou não, o inglês é a língua mais falada nos destinos turísticos. Não necessariamente você encontrará falantes fluentes em todos os lugares (o Brasil é um bom exemplo disso), mas se você decidir aprender outra língua (que não a inglesa) suas chaces de conseguir se comunicar no exterior irão diminuir muito. Conclusão: Verdade

Se você tiver que escolher aprender uma só língua, escolha o inglês.

Mito #04 Vou me sentir solitário se eu viajar sozinho

Nossa recomendação é que você viaje tendo ou não tando companhia. Viajar sozinho pode ser uma excelente oportunidade para se ter um tempo para si mesmo. Mas cuidado. Você pode descobrir que não é tão interessante como “autocompanhia”. Então é bom que faça um experimento de poucos dias para avaliar sua capacidade de isolamento. Outro ponto é que alguns destinos podem dar a impressão de que são ótimos lugares para se conhecer pessoas quando na verdade as coisas podem não ser o que parecem. Las Vegas por exemplo é um lugar onde as pessoas vão com seus grupos de amigos (e piram o cabeção loucamente) e pode ser bem difícil se enturmar. Mas se a ideia é conhecer gente por aí, não faltam lugares no mundo com povo acolhedor. Albergues e hostels também podem ser ótimos para conhecer gente legal. Conclusão: Pode não ser mito

Viajar sozinho é uma experiência de contato consigo mesmo.

Mito #05 Mulheres não deveriam viajar sozinhas

Mentira. Esse é muito mito. Mulheres podem viajar sozinhas para praticamente qualquer destino turístico. Alguns destinos requerem cuidados especiais, por serem mais perigosos. Mas no geral, tomando-se todos os cuidados necessários e com disposição para passar por alguns perrengues, da para encarar qualquer destino. Para provar que isso não é mentira ouçam o episódio 496 do Nerdcast que conta a experiência da Talita Ribeiro que encarou uma viagem solitária para o Iraque. A Monique do Despachados também já relatou em vários episódios (inclusive no episódio de Mitos) algumas situações de risco. Mas ela vive com o pé na estrada e é muito comum viagens solitárias. Conclusão: Mito

Mito #06 Ficarei sem contato em muitos lugares do mundo

Vivemos em um mundo cada vez mais conectado. Países com internet ruim (como o Brasil) são cada vez mais raros. Conexão à internet virou commoditie. É claro que existem vilarejos distantes, praias desertas e outras localidades mais “rústicas” que Com exceção de lugares afastados, vilarejos distantes ou hospedagens extremamente simples é praticamente certo que você terá conexão ao final do dia para subir fotos e colocar suas conversas em dia. Pode não ser de graça, portanto informe-se antes. Conclusão: Mito

TIM?

Mito #07 Você não tem mais idade para fazer mochilão

Enquanto seu corpo aguentar o peso da mochila, nada te impedirá de rodar o mundo gastando pouco. Na verdade não é raro encontrar pessoas de mais idade em hostels pela Europa. A grande maioria dos hóspedes são mais jovens, mas o fato de você não ser mais um aventureiro pueril não te impede de fazer o que te der vontade. Só não exagera no tamanho da mochila, tá? Sua experiente coluna agradece. Conclusão: Mito

Não deixe seu espírito envelhecer.

Mito #08 Preciso de muita coisa para viajar

Quais os recursos necessários? Preciso de uma máquina fotográfica ultra poderosa? Smartphone tem que ser Top? O quê eu preciso saber? Preciso ter roupas boas, uma mala super moderna, eletrônicos, …. Para! Respira fundo! Vamos dividir esse tópico entre o que é estritamente necessário e o que é recomendado ou desejável (portanto dispensável). Informação sobre cultura e clima no seu destino é fundamental para você arrumar a sua mala. As meninas em especial devem ficar atentas a locais onde não é permitido ou bem visto o uso de roupas decotadas ou curtas (aviso da redação: os Despachados não concordam com esse tipo de restrição e o objetivo deste item é apenas informativo). As roupas também devem ser adequadas ao clima no seu destino. Caso esteja viajando para lugares que tenham inverno rigoroso é importante que leve agasalhos adequados pois os que usamos no Brasil dificilmente vão resolver o problema. Isso não significa que você precisa gastar dinheiro com isso. Consulte se seus amigos possuem esse tipo de vestuário e se podem lhe emprestar. Ainda na parte dos itens estritamente necessários, se você é ou pretende se tornar um viajante frequente invista em uma boa mala ou mochila de viagem, pois bagagem barata não costuma resistir ao tratamento dado pelas companhias aéreas (veja esse vídeo). Se você vai viajar pelo Brasil, basta um documento oficial com foto para embarcar. Caso seu destino seja a gringolândia a coisa muda de figura. Na América do Sul praticamente todos os países aceitam o RG emitido pelos órgãos brasileiros (não vale Habilitação e carteiras funcionais) mas para os demais países um passaporte com pelo menos 6 meses de validade será necessário. Visite esta página para saber tudo que você irá precisar.
De absolutamente necessário, é só isso mesmo. Mas recomenda-se que você leve também adaptadores universais além é claro dos seus itens pessoais. Caso vá levar algum equipamento, é importante que os acondicione adequadamente para protegê-lo. Isso pode envolver um estojo ou case, principalmente se o seu equipamento será enviado como bagagem despachada.
Cada vez mais os smartphones facilitam a vida do viajante e existem centenas de aplicativos muito úteis. Mas isso é um “plus a mais”. Foi-se o tempo que era necessário comprar um guia de viagem do seu destino. Isso era até romântico e adorávamos guardar os guias na estante como recordação, mas hoje em dia isso é um desperdício de dinheiro, pois toda informação que você vai precisar está aí, de graça nas interwebs. Conclusão: Mito

…menos, bem menos!

Mito #09 – Acampar é econômico

Programão ou programa de índio?

Acampar representou durante muito tempo uma forma realmente econômica de hospedagem para as famílias. Mas hoje existem uma série de tipos alternativos de hospedagem (hostels, imóveis de temporada, hotéis de baixo custo, etc.) e o custo pode não ser um fator muito importante nesta análise. Normalmente os campings cobram um valor por pessoa (adultos pagam mais que crianças), um valor pelo aluguel do espaço de montagem da barraca e alguns serviços adicionais, como conexão de energia, montagem de barraca, etc. e dependendo do tamanho da sua turma, no fim das contas a economia pode virar alto custo.

Na verdade, mais importante que o custo de estadia, existe uma cultura de camping que, para quem gosta desse tipo de contato, a experiência de acampar já é um objetivo em si. Por outro lado algumas pessoas odeiam a ideia de ficar hospedado em uma barraca, sem muito conforto e sujeito às intempéries da natureza.  Então recomendamos que experimentem e avaliem se você nasceu para o camping (e vice-versa) e decidam qual será o seu time, pois com certeza se você decidir se tornar um frequentador de camping não será por conta de custo de estadia. Conclusão: Mito

Mito #10 O trem é a melhor alternativa para rodar pela Europa

A França é um dos países com melhor serviço ferroviário da Europa

Os brasileiros fazem uma ideia de que a Europa é pequena e que as fronteiras entre os países são todas super próximas umas as outras. Não é bem assim. Existe sim algumas regiões com países pequenos e onde o trem pode ser uma excelente opção para circular. Mas existem algumas ligações que simplesmente não fazem sentido, por exemplo, se você estiver em Madri e quiser chegar em Berlim, precisaria fazer váááááárias baldeações e não levaria menos que 19 horas para completar o trajeto. Um vôo faz o mesmo trecho em 3. Alguns países simplesmente não dispõem de uma malha ferroviária muito abrangente, como Portugal. Os países com as melhores redes são a França, Alemanha, Espanha, Itália, Holanda e Reino Unido. O Leste Europeu é cortado por várias linhas ferroviárias, mas estas são antigas e os trens mais lentos, então paciência é fundamental. Nossa dica é usar o portal Rome2Rio.com para comparar as opções de deslocamento, pois com certeza para muitas cidades, certamente os trens são sim o meio de transporte mais vantajoso e é claro que o charme dos trens na Europa é imbatível. Conclusão: Mito

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