Petrópolis, a famosa “cidade imperial”, fica localizada na região serrana do estado do Rio de Janeiro. É conhecida como cidade imperial pois foi a casa de verão do imperador Dom Pedro II (e da corte brasileira).
Era costumeiro no século XIX que o imperador e toda a corte saíssem do Rio de Janeiro (e de suas fortes ondas de calor) e fossem se refugiar no frescor da montanha durante alguns meses do ano.
A cidade ganha, então, o nome do imperador e com o nome toda uma arquitetura típica da monarquia brasileira. Se você vai visitar o Rio de Janeiro e tem algum tempo sobrando em sua agenda, que tal uma passada pela cidade de Petrópolis? Nós do BLOG DESPACHADOS, separamos alguns lugares que são lindos e que valem a sua visita!
Como chegar?
Não é difícil chegar a Petrópolis, porém, você deve ter alguma atenção com o caminho. A BR-040 que leva a Petrópolis é uma serra linda, mas, perigosa para as pessoas que conduzem com desatenção. Você pode (e deve), ficar encantado com a vista que a rodovia apresenta das montanhas e da serra como um todo, entretanto, a atenção deve ser contínua durante toda a direção. A rodovia tem curvas perigosas e bem sinuosas, em tempos de neblina, que são comuns, você deve estar com a atenção redobrada já que a visibilidade será menor.
Uma opção confortável é ir de ônibus, saindo da cidade do Rio de Janeiro, são várias empresas que operam a linha Rio / Petrópolis. Apesar de ser um pouco mais demorada do que a ida de carro, você terá o conforto de não precisar dirigir.
Agora que já sabemos como chegar a cidade, quais são os lugares mais legais para se conhecer em Petrópolis?
Palácio de Cristal
Que tal começarmos o nosso passeio pela cidade imperial justamente em um dos seus maiores símbolos? Inaugurado nos últimos anos do Segundo Reinado (1884), o Palácio de Cristal foi comissionado por Conde D’eu o marido da princesa Isabel.
A estrutura pré-montada em vidro e metal veio da França diretamente para a cidade. Foi construído com o propósito de abrigar as várias feiras de produtos agrícolas locais, além de aves tradicionais da região serrana do Rio de Janeiro. Hoje é um edifício público para festas, eventos, feiras e as mais diversas atrações municipais.
Palácio Imperial
O maior símbolo da cidade e um dos maiores símbolos arquitetônicos do império brasileiro, o atual Museu Imperial de Petrópolis é um imponente palácio neoclássico construído com recursos do próprio imperador Dom Pedro II. O casarão foi utilizado pela família imperial durante as suas longas temporadas de verão, onde a corte acompanhava Dom Pedro II em sua “escapada do calor” carioca. O palácio foi abandonado com o fim da monarquia em 1889 e se transformou em museu no ano de 1940 por decreto do então presidente Getúlio Vargas. Foi inaugurado em 1943 após longos restauros.
Possui mais de 300 mil itens histórico, entre móveis, roupas, documentos, pinturas, esculturas e fotografias que retratam o glamour e a imponência do período imperial. O museu é sem dúvida o meu lugar preferido na cidade imperial. Além de um prédio muito legal e imponente, o terreno conta com um jardim muito bonito, que vale um passeio a parte: sentar, descansar em seus bancos e ficar imaginando a família imperial passeando por entre as suas árvores é muito divertido.
Palácio Amarelo
O Palácio Amarelo é a atual sede da prefeitura da cidade de Petrópolis. Para quem gosta de conhecer prédios de arquitetura imponente, este é um belo local para visitação. É um local que é bonito por fora e também por dentro. O grande salão foi planejado por Henrique Levy e José Huss em 1885.
Confesso que esperava um prédio um pouco mais receptivo, como ele tem uso até hoje, quando você entra para fazer a visita, as pessoas estão “vivendo o seu dia a dia”, ou seja, é um prédio administrativo com funções até hoje. Quando o visitei não existia um sistema de visita guiadas ou um programa de recebimento dos turistas, você era livre para andar pelo prédio, mas sem um guia apropriado, de pouco valia a visita.
Catedral de São Pedro de Alcântara
De todas as coisas existentes para fazer em Petrópolis a visita a Catedral figura no top 3 de qualquer lista. O nome da catedral se confunde com o patrono da cidade que era também o imperador do país, Dom Pedro II. Construída em estilo neogótico, a igreja começou a sua construção já no fim do império brasileiro, em 1884 (a monarquia acabou em 1889). Suas obras foram concluídas somente na república, em 1929.
Uma das principais atrações da catedral são os vitrais e as pinturas de Carlos Oswald além das exuberantes esculturas de Jean Magrou. O altar é lindo, construído no estilo gótico, possui algumas relíquias de santos católicos e alguns itens que foram trazidos diretamente de Roma pelo então cardeal Dom Sebastião Leme.
O ponto alto da visita a catedral é o momento em que você se depara com os túmulos de Dom Pedro II, Dona Teresa Cristina, princesa Isabel e Conde D’eu. O mausoléu é lindo, a visita é gratuita e você pode honrar o imperador brasileiro com uma prece silenciosa no local.
Igreja Luterana
A igreja luterana de Petrópolis é um dos templos mais antigos da cidade. Sua construção começou no ano de 1863 a partir de um desenho do pastor George Gottlob. Somente em 1903 fora concluída a construção da torre e de seus muitos elementos neogóticos, como seus arcos ogivais e suas gárgulas.
É necessário se informar dos horários (que são reduzidos) para a realização da visita no local. A entrada é gratuita e você não precisa de agendamento prévio.
Praça 14 Bis
Apesar de não ser uma das grandes atrações da cidade e nem figurar entre os locais mais conhecidos, a singela praça 14 Bis é um local bem simpático e que pode chamar a sua atenção quando estiver em Petrópolis. Nela você encontrará uma réplica do famoso avião de Santos Dumont (que viveu na cidade durante muitos anos). A réplica foi inaugurada no ano de 2006 em comemoração ao centenário do primeiro voo do inventor.
Museu Casa de Santos Dumont
Um dos lugares mais famosos de Petrópolis e um dos mais legais que você pode visitar, o Museu Casa de Santos Dumont foi uma antiga residência de verão do inventor brasileiro. Conhecida como “A Encantada” a casa possui uma série de itens e “invencionices” do Patrono da Aviação Brasileira, como o seu chuveiro e a sua famosa escada.
Chama a atenção a quantidade de itens pessoais de Santos Dumont que estão preservados no local como livros, cartas, móveis e suas roupas.
Cervejaria Bohemia
Visitar a cervejaria Bohemia é uma das opções gastronômicas e cervejeiras mais icônicas da região. A cervejaria é considerada uma das mais antigas do Brasil, pois foi inaugurada no ano de 1853. Faz parte de quase todos os itinerários turísticos de visita à cidade e conta com visitas guiadas que narram a História da fábrica e um pouco da História da própria cerveja.
É um ótimo local para, pasmem, tomar uma cerveja e aproveitar o fim do dia em um local agradável. Não espere preços baixos, as coisas são caras e nem sempre valem a pena se você estiver pensando estritamente no valor gasto.
Trono de Fátima
Criado pelo mesmo arquiteto que desenhou a estátua do Cristo Redentor, o Trono de Fátima foi construído com apoio popular (tanto na arrecadação do dinheiro como na sua construção). A obra possui 14 metros de altura e tem uma vista muito legal do centro histórico da cidade. A imagem de Nossa Senhora de Fátima tem quase 4 metros e pesa um pouco mais de 4 toneladas. Foi feita em mármore branco, assim como a escultura do anjo Gabriel, ambas as obras são do italiano Enrico Arrighini.
Chama a atenção no local a grande cúpula e suas sete colunas, representação dos sete dons do Espírito Santo.
Orquidário Binot
É o orquidário mais antigo do Brasil. Visitar orquidários é sempre uma experiência única, no Binot você visita não só as flores como pode comprar vários tipos de orquídeas (a depender da época do ano em que você vai ao local).
Foi inaugurado em 1870 pelo paisagista Pedro Maria Binot, filho do francês Jean Baptiste Binot, responsável pelos jardins do Palácio Imperial, e até hoje administrado por seus descendentes.
Casa Stefan Zweig
Se você já viu o filme “O grande hotel Budapeste” é possível que você tenha visto muita semelhança entre o hotel do filme e o Hotel Quitandinha em Petrópolis. O filme se inspirou em várias obras de Stefan Zweig, um escritor austríaco que viveu em Petrópolis durante alguns anos.
Fugindo do nazismo, o autor acabou falecendo na cidade em 1942 e a casa onde viveu (com sua esposa) hoje abriga um museu. Zweig é considerado um dos grandes biógrafos do país na primeira metade do século XX, e escreveu vários livros, entre eles o “Brasil, um país do futuro”.
Museu Casa do Colono
O Museu Casa do Colono foi construído em 1847 por um homem chamado Johan Gottlieb Kaiser. O prédio possui características semelhantes à de casas construídas na região de Simern, na Alemanha. O museu retrata como era a vida dos primeiros colonos alemães na região de Petrópolis e como eles levavam as suas vidas privadas. Além das coleções, o próprio edifício é também um museu, pois sua arquitetura, apesar de simples, está em bom estado de conservação.
Palácio Quitandinha
Construído para ser o maior hotel e cassino da América do Sul, Quitandinha abriu suas portas em 1944. Com sua fachada em estilo normando (francês) e seu interior feito em rococó, o edifício está plenamente adaptado ao século XXI e é uma das principais atrações turísticas de Petrópolis.
Até hoje é o cenário de vários eventos locais como carnavais e concursos de Misses. Você pode se hospedar no palácio ou apenas fazer uma visita guiada.
Petrópolis vale a pena?
Vale muito a pena! A cidade conta com um clima bucólico de cidade pequena, uma importância ímpar na História do Brasil e pode ser visitada quase toda ela a pé. Estando no Rio de Janeiro e tendo uma oportunidade, não deixe de conhecer a cidade imperial!